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Incubadora do IMD cresce e ganha destaque no Startup Awards e no MIT

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Kayllani Lima Silva
Repórter

A natalense Luana Wandecy, de 33 anos, já trabalhava desenvolvendo produtos de hardware para startups quando idealizou uma nova tecnologia para o mercado, ao lado de sua sócia, Natália Dantas: uma coleira que assegura mobilidade e autonomia para cães cegos. A ideia não apenas tomou forma, mas se tornou o produto principal da startup das empreendedoras, a Blindog, incubada no Parque Metrópole Digital (IMD/UFRN). Com cerca de seis anos no segmento empreendedor, a empresa ultrapassa o número de seis mil clientes em todo o Brasil e conquistou pessoas em 11 países ao redor do mundo. Apenas de 2022 a 2023, o faturamento teve um crescimento de 60% e a expectativa é que o valor seja superado em 100% em 2024.


Agora, com maior maturidade no mercado, a empresa coleciona conquistas a nível nacional e vem ganhando novos holofotes. Entre eles, está o recebimento do título Startup Revelação, em novembro deste ano, na premiação do Startup Awards. Para Luana Wandecy, listada pela MIT Technology Review como uma das 18 mentes mais brilhantes do Brasil em 2023, trata-se de um reconhecimento que coloca a empresa diante do olhar de grandes negócios e grupos de investimentos. “Este prêmio não apenas valida nosso trabalho, mas também destaca a inovação e potencial de crescimento que nós temos”, afirma.


E, se por um lado, a organização avança no mercado, por outro, o desejo de ampliar as possibilidades de seu público-alvo se materializa. A CEO da Blindog compartilha que ainda no primeiro semestre do próximo ano um novo produto vai ser lançado. Dessa vez, voltado para atender tanto cães quanto gatos, com foco na rotina dos pets. Já entre o final de 2024 e início de 2025, a projeção é lançar uma tecnologia direcionada à saúde de todos os animais domésticos.


A CEO da Blindog explica que a ideia começou a se consolidar durante o programa “Startup Weekend Natal”, voltado para a criação de Startups, quando ela e Natália partilhavam a dor de ver seus pets sem conseguir enxergar e vulneráveis a acidentes. Após a constatação, em 2015, a dupla não apenas passou a desenvolver o primeiro protótipo da coleira, mas imergiu em uma série de estudos sobre mercado. Embora a caminhada tenha exigido testes, modificações e desafios, em 2018, a Blindog começou as vendas do produto.


O dispositivo em questão é capaz de detectar os obstáculos que estão à frente do animal e emite alertas vibratórios que se intensificam à medida em que eles se aproximam da colisão, a fim de evitar choques e traumas.


O crescimento gradual de atendimento aos pets não é à toa, mas segue uma estratégia traçada pela Startup. “Nossa intenção, desde o princípio, foi começar com um produto bem nichado que é o caso da Blindog, para que quando tivéssemos uma marca com maior reconhecimento a gente lançasse outros produtos de tecnologia para o bem-estar pet. Então estamos seguindo essa linha e para o próximo ano vem produto novo”, destaca Luana Wandecy.


Mais que projetar e oferecer novas tecnologias para o segmento pet, contudo, são as histórias e os feedbacks dos clientes que movem o trabalho da Blindog. “As histórias que a gente lê diariamente, a forma em que eles estavam tristes, já não andavam pela casa, ficando apenas no cantinho dormindo, e passam a se sentirem vivos e ter a rotina deles normal”, compartilha a CEO da Startup, para quem cada relato do público transmite uma emoção e serve de impulso para solucionar cada vez mais dores dos animais domésticos.


Na visão dela, um dos principais diferenciais da empresa está em criar tecnologias ainda não presentes no mercado e capazes de promover o bem-estar dos animais. Ainda em janeiro de 2024, confirma, a empresa vai iniciar o atendimento ao público dos Estados Unidos (EUA) por meio de vendas na Amazon. Ela afirma que trata-se de uma das maiores expansões da Startup, tendo em vista a parcela do país em mais de 50% do mercado mundial pet, o que deve possibilitar um crescimento expressivo da empresa.

Mercado potiguar tem buscado a inovação

No Rio Grande do Norte, especialmente, ela afirma que o segmento de negócios voltados aos animais domésticos ainda é muito tradicional. “Eu sinto que está crescendo bastante, a gente percebe a evolução na questão das creches e hotéis que estão se tornando cada vez mais parte da rotina das pessoas com animais, mas a questão da tecnologia ainda é um caminho de evolução. Há oito anos, a termos de comparação, em São Paulo já existiam creches e era parte da rotina das pessoas deixarem o animal lá e irem trabalhar. Aqui em Natal começou no pós-pandemia”, esclarece Luana.


Dentro desse crescimento local, a Blindog se destaca com um time diverso e uma ampla rede de conexões. Ao todo, a equipe conta com sete pessoas e nove parceiros principais. Dentre eles, está o Sebrae/RN, presente em toda a trajetória da empresa. A partipação mais recente, por sua vez, ocorreu por meio do Startup Nordeste. “A gente tinha workshops, mentorias (individuais e coletivas), participamos de vários eventos a nível nacional, nos quais eles nos levavam em missões para conhecer investidores e novas oportunidades. Então o Sebrae/RN sempre nos apoiou com conexões preciosas”, ressalta a CEO.


O gestor do Projeto de Startups do Sebrae-RN, Carlos von Sohsten, afirma que o Rio Grande do Norte tem sido o espaço em que muitos empreendedores enxergam oportunidades de criar novas soluções para problemas reais. Na visão dele, trata-se de uma característica marcante do que entende-se por inovação. “Não é inovar por inovar. É inovação que traz resultados para a criação de novos negócios que gera faturamento e, consequentemente, essa inovação resolve problemas”, enfatiza.


Desde 2012, segundo ele, o Sebrae/RN olha para esse cenário e busca fomentar startups dos mais diversos segmentos como agronegócio, alimentação, marketplace e negócios voltados para solucionar problemas de empresas. No panorama atual, afirma, o Estado tem um leque de startups em fase de crescimento e posiciona-se como uma região com vocação para criação de negócios com base na tecnologia.

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